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domingo, 6 de fevereiro de 2011

O MUNDO DA PEDRA POLIDA

















O período chamado Paleolítico Superior, com sua sofisticação técnica e cultural, foi pouco a pouco se transformando naquilo que se convencionou chamar de período Neolítico, a era da pedra polida. A transição do Paleolítico Superior para o Neolítico não é bem defenida em termos de achados arqueológicos. Em alguns lugares, como Europa continental, verifica-se uma transformação gradual, na qual objetos de pedra polida vão paulatinamente aparecendo, definindo um momento de transição que foi chamado de Mesolítico, situado entre 10.000 e 8000 a.C. Em outros lugares, no entanto, como no continente americano, há uma grande lacuna entre as sociedades que se utilizavam da pedra lascada e parecem, literalmente, desaparecer, e o surgimento de sociedades sofisticadas, que já utilizam a pedra polida e produzem cerâmica.
Tendo sua origem por volta de 8000 a.C, sociedade neolítica já estava dentro dos moldes que definimos como civilizados. Já possuía estratificação social bem defininda, com classes de guerreiros e sacerdotes que dominavam a sociedade e camadas de trabalhadores _agricultores e artesãos _que apenas cuidavam da produção de alimentos e utensílios. Tal divisão permitiu o desenvolvimento sobremaneira de todas as instâncias da vida social. A produção material se sofisticou, com a fabricação de utensílios de cerâmica como vasos, pratos, potes e cuias. A agricultura surge, produzindo alimentos em larga escala e fixando as comunidades humanas à margem dos rios. Desenvolve-se a tecelagem. A caça dá lugar ao pastoreio. A religião atinge novos patamares, com ritos elaborados e a produção estátuas, monólitos e toda sorte de amuletos e imagens. A classe dos guerreiros possibilita a vigilância do território ocupado pela sociedade, gerando as primeiras fronteiras. São domesticados o cão e o gato. Surge a criação de gado bovino, suíno e caprino, além da criação de aves.
No Egito e na Masopotâmia, o Neolítico termina por volta de 3500 a.C. Dando lugar à chamada Idade do Bronze. Porém, na maior parte da Eurásia e da África, o uso da pedra polida continuará até 2000 a.C. No continente americano, o uso dos metais só se dará, efeivamente, com a chegada dos europeus, a partir dos fins do século XV.
Para pesquisa acessar:

sábado, 20 de fevereiro de 2010

O HOMEM QUE SABE















Quando ouvimos, ou lemos, a expressão homo sapiens, nem nos preocupamos com seu sentido. O homo sapiens assim é designado por ser considerado "o homem que sabe", que possui entendimento. Aquele homem que já produz cultura elaborada e possui um progresso técnico considerável. Em outras palavras, o homem atual. São dois os grupos humanos apreciados dentro deste conceito: o homem de neanderthal http://pt.wikipedia.org/wiki/Homem-de-neandertal e o homem de cro-magnon http://pt.wikipedia.org/wiki/Cro-Magnon.
Pode parecer esdrúxulo para a cabeça do leitor comum, mas os paleontólogos não têm consenso em considerar o neanderthal como pertencente ao gênero sapiens. A questão é que o homem moderno e o neanderthal não possuem qualquer compatibilidade genética. Em outras palavras, são duas espécies distintas, que se desenvolveram de forma paralela, porém separadamente.
Os neanderthais _que possuem esta denominação por ter sido encontrada uma de suas primeiras ossadas no vale de Neander, Alemanha _eram baixos, atarracados, musculosos, com arcadas ciliáres pronunciadas e abóbada craniana baixa. Sua imagem tornou-se o arquétipo do "troglodita", do "homem das cavernas". Os arqueólogos não têm muita idéia de como seria, efetivamente, sua aparência, mas levantam a possibilidade de que ele teria sido branco e mesmo ruivo. Eram bastante hábeis na fabricação de instrumentos diversos, como lanças, machados, facas de pedra, etc.... As numerosas ossadas de animais encontradas em seus sítios arqueólogicos demonstra que ele era caçador muito habilidoso.
O fato de que ele já sepultava seus mortos, faz os estudiosos pensarem na possibilidade de ele já ter desenvolvido algum tipo de religiosidade. Foi encontrada ainda uma espécie de flauta, feita de fêmur de urso, em um sítio arqueólogico na Eslovênia, o que parece demonstrar que o neanderthal já produzia música e arte. Muitos arqueólogos, porém, se questionam se este instrumento não teria sido assimilado pelos neanderthais a partir de seu contato com outro tipo humano _este sim, já totalmente dentro do feitio do homem moderno: o homem de cro-magnon.
O cro-magnon recebeu esta denominação porque sua primeira ossada foi encontrada em uma caverna na localidade de Cro-Magnon, na França, no ano de 1868. Tratava-se de um ser humano alto, cujos indivíduos do sexo masculino mediam entre 1.80m e 2 metros. Estudos de seus crânios, deixa claro que sua aparência era semelhante as dos atuais escandinavos (noruegueses, suecos e dinamarqueses), ou seja, aloirados, de pele branca, traços finos e, provavelmente de olhos claros.
Embora ainda vivesse em cavernas, o cro-magnon já produzia arte, sendo encontradas numerosas pinturas nas paredes das cavernas por onde ele habitadas, além de flautas feitas de ossos e espécies de "berrantes" feitos de chifre de rena e outros animais. Colares, brincos e outras formas de adorno foram também encontrados em abundância em seus assentamentos. Já fabricava agulhas de osso, arpões e anzois. Como não foram encontrados tecidos em seus sítios arqueólogicos, é pouco provável que ele conhecesse a arte da tecelagem. Suas roupas devem ter sido feitas, majoritariamente, de pele de animais costuradas.
Devido à delicadeza de certos instrumentos for ele utilizado, fica claro que sua sociedade já era estratificada, possuindo uma casta de artesãos e outra de caçadores e pescadores especializados. Este fato determina, para muitos historiadores e arqueólogos, que o cro-magnon foi o primeiro ser humano a constituir civilização (vida social organizada, com um projeto social definido). A prática religiosa também já é evidente em sua sociedade, devido às numerosas pinturas rituais e seulturas elaboradas encontradas nas cavernas por onde ele passou.
O fato de tanto o neanderthal, quanto o cro-magnon terem existido no mesmo período (entre 200.ooo a.C e 30.ooo a.C) e, ao que os vestígios indicam, em vários momentos, no mesmo espaço, faz os paleontólogos pensarem na possibilidade de uma covivência entre as duas espécies. Discute-se se esta convivência foi passífica, ou conflituosa. Os neanderthais não possuíam a mesma habilidade de fala que os cro-magnons (a conformação da língua e das mandíbulas dos neanderthais só permitia uma fala lacônica e arrastada), o que reduz muito a probabilidade de um entendimento maior entre os dois grupos.
Geneticistas não têm consenso se era possível um cruzamento sexual entre neanderthais e o homem moderno. Muitos defendem que uma interação sexual entre as duas espécies seria estéril. O fato é que os neanderthais habitaram regiões muito frias, de temperaturas glaciais tão ingratas, que os obrigava à prática do canibalismo nas cavernas, quando os longos invernos exauria suas últimas reservas de alimento. Este fato, mais a evidência de seu súbito desaparecimento (sua espécie não deixa mais vestígios após 30.000 a.C), nos faz pensar na possibilidade de uma dizimação em massa. Não se descarta a possibilidade de uma dizimação por guerras entre os dois grupos, mas há quem defenda o fim da espécie a partir do cruzamento com os seres humanos modernos, geneticamente dominantes. À estas duas hipóteses, junto a minha: os neanderthais, fugindo do avanço crescente de nossa espécie, foi-se isolando nas áreas glaciais inóspitas, onde era compelido a um crescente canibalismo. Sendo assim, ao meu ver, é provável que a espécie neanderthalense tenha desaparecido por autofagia!... Ou seja, teria, literalmente, "devorado a si mesma" até a extinção.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A FAMÍLIA DO HOMEM















O ser humano provém de uma "família" de primatas aparentados com os chamados grandes símios (gorila, orangotango e chimpanzé), porém, bastante diferente deles. Basta dizer que o primeiro desses primatas teria menos de um metro, pesaria menos de 1kg quando adulto e possuía cauda longa, como os micos (mico de cheiro, mico leão...) e o macaco prego. No entanto, a despeito de suas pequenas proporções, o Darwinius massilae http://ceticismo.net/2009/05/ancestral-humano-de-47-milhoes-de-anos-e-estudado-em-oslo/, já possuía unhas tais como as nossas (e não garras, como outros símios) e dentes caninos pouco proeminentes (como os dos primatas do tipo homo).
Bem mais parecido conosco que o Darwinus massilae, no entanto, era um ser cujo parentesco direto com o ser humano ainda é motivo de discussões entre os paleontólogos: o australopithecus http://pt.wikipedia.org/wiki/Australopithecus, que media cerca de 1.2m de altura e já era bípede, andando ereto. Pelo que os vestígios indicam, ele já caçava (foram encontrados ossos de animais próximo a seus fosseis), sendo sua dieta já onívora. A possibilidade de o australopithecus ter também hábitos carniceiros (comer restos de animais deixados por leões e outros grandes predadores), porém, não está descartada.
Por sua vez, bem mais inteligente e especalizado na fabricação de seus intrumentos era o homo habilis http://pt.wikipedia.org/wiki/Homo_habilis, que teria cerca de 1 metro de altura, já era um caçador particurlamente competente.
Porém, não apenas inteligente, mas também expansionista, foi o homo erectus http://pt.wikipedia.org/wiki/Homo_erectus. Medindo entre 1.30m e 1.70m de altura, ele foi o primeiro a, deliberadamente, sair do continente africano. Sua expansão territorial se extendeu até a China, deixando claro que a espécie já priorizava a reprodução com fins territorialistas. Ou seja, ele já gerava mais e mais filhos com o fim de se apoderar de todo um espaço vital. Este fato, empurrou a espécie para fora da África, atrás de novas terras onde os crescentes grupos pudessem viver. O homo erectus também já produzia machados de pedra e sabia utilizar o fogo. Os paleontólogos defendem que ele já possuía uma língua rudimentar.
Estes e vários outras espécies bípedes de primatas existiram antes do surgimento da espécie humana tal como a conhecemos _o homo sapiens _que veremos mais adiante...